Michelle Batista lamenta aumento da violência doméstica na pandemia

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Michelle Batista lamenta aumento da violência doméstica na pandemia

Após protagonizar cena de estupro em “Amor Sem Igual”, atriz faz campanha de apoio às vítimas que estão isoladas com seus agressores

 

Michelle Batista vive atualmente uma das personagens de destaque de Amor sem Igual, na Rede Record. A atriz interpreta Maria Antônia, uma jovem que sofre de bipolaridade e passou por uma delicada situação de violência doméstica e estupro na novela. Em razão das recentes pesquisas neste período de isolamento, por conta da pandemia do novo coronavírus, revelarem aumento desse tipo de ocorrência no país, o tema acabou tomando proporção maior do que se imaginava.

Por conta disso, Michelle enxerga seu papel na trama com uma importância muito maior, e vê a necessidade de um sentimento cada vez maior de sorororidade para enfrentar esta realidade.

“Se minha personagem na novela puder ajudar algumas mulheres, eu fico muito feliz. O apoio de outras mulheres é fundamental em situações assim“, diz a atriz, quem também lembra a importância das mulheres procurarem os órgãos especializados para denunciar abusos: “É importante que as mulheres saibam que as delegacias de apoio a mulher continuam funcionando mesmo com a pandemia. Infelizmente, nós somos frutos de uma sociedade machista que faz com que muitas mulheres, ainda nos dias de hoje, se sintam culpadas ao sofrer uma violência. O apoio de outras mulheres é fundamental nesse momento”.

A artista, que também já protagonizou diversos trabalhos na Rede Globo, contou um pouco como foi a construção e trabalho em cima do papel de Maria Antônia:

“Eu não sabia que isso aconteceria com a personagem. Foi uma surpresa para o público e até mesmo para mim. Uma responsabilidade enorme trazer esse tema e representar tantas mulheres. Mas uma felicidade de poder usar a personagem para um debate social importante. Se esse acontecimento na novela puder ajudar algumas mulheres fico muito feliz. Neste período de isolamento, vemos o número de violência doméstica crescer”.

Michelle também protagonizou O Negócio, exclusiva da HBO, e que consiste em outra série onde o protagonismo fica por conta de mulheres que têm histórias polêmicas por trás de suas personalidades. A atriz interpreta Magali, uma prostituta de luxo, e acredita que a riqueza da vida é a diversidade e as diferentes escolhas que temos durante as nossas jornadas:

“Que bom que somos múltiplos, diversos e cheios de histórias para contar. Poder representar pessoas de todos os tipos e todas as experiências possíveis é muito feliz para um ator. Entender e não julgar as escolhas de cada personagem, trabalhando com o máximo de verdade nas nossas construções é muito importante para mim. Na série (O Negócio) o mais relevante é o empoderamento feminino. São mulheres fortes, inteligentes, que escolheram a profissão que tem. E não têm medo de suas escolhas”, conta a atriz.

Ela também adianta um pouco de seu mais recentre trabalho, a série Matches, que estreou neste ano de 2020 e trata de um assunto muito atual: os relacionamentos virtuais: “A série conta de maneira divertida como as pessoas se relacionam nos dias de hoje. Nesse momento de quarentena, certamente, muitas pessoas que não haviam experimentado esse recurso estão provando”.

Durante o isolamento, Michelle vem buscando resguardar, o que tem sido possível já que as gravações da novela foram pausadas. Para ocupar o tempo, faz ioga: “além de ajudar o corpo, ajuda a mente nesse momento de tensão no mundo. Tenho aproveitado também para cozinhar bastante, ler livros e colocar as séries e filmes em dia”.

Retornar às gravações ainda é uma incógnita para a atriz. Ainda não se tem data definida, porém ela acredita que as coisas dificilmente serão como antes, mas traz uma mensagem de esperança antes de pensar nos projetos futuros:

“Imagino que muitas coisas serão diferentes no nosso mercado. Os cuidados de higiene certamente serão redobrados, os contatos físicos talvez sejam mais dosados ou repensados, os teatros possivelmente vão demorar ainda mais tempo para reabrir. Nesse momento, mais importante que pensar nos projetos futuros, é ficar atenta ao presente. Procurar maneiras de ajudar a quem precisa, cuidar das nossas saúdes física e mental e se manter saudável até o fim desta pandemia. Depois disso, podemos pensar no amanhã. Única coisa que espero nesse momento é que essa onda de solidariedade possa permanecer e que a gente saia transformado deste momento difícil”.