Paloma Bernardi cede redes sociais para ocupação da indígena Avelin Bunicá Kambiwá

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Paloma Bernardi cede redes sociais para ocupação da indígena Avelin Bunicá Kambiwá

Ação ocorreu no último domingo (5) e teve como objetivo dar voz e ampliar a discussão sobre a luta indígena

 

As lutas em prol de movimentos sociais continuam ganhando força durante a pandemia causada pelo coronavírus. Após a morte do americano negro, George Floyd, uma onda de solidariedade e empatia se alastrou pelo mundo, com ações diversas em defesa da luta negra, antirracistas, antifascistas, a favor da democracia, entre outras.

Nesse domingo, 05, Paloma Bernardi se engajou em uma destas ações e cedeu suas redes sociais buscando apoiar o movimento indígena. Para tal, a atriz liberou sua conta oficial no Instagram para a ocupação do perfil da indígena Avelin Buniacá Kambiwá. O objetivo foi ampliar a discussão sobre a situação dos índios no país, ampliar a plataforma de fala da luta indígena e também buscar soluções para os problemas enfrentados devido a pandemia do Covid-19. A ação foi promovida pelo Pontes de Cultura, movimento que surgiu no início de abril e que vem reunindo uma série de campanhas, festivais, vídeos, músicas e ações em prol dos povos indígenas, contra o coronavírus.

Durante a ocupação, muito se falou sobre a importância desse movimento, da luta pelos direitos indígenas no ambiente urbano, além da manutenção da cultura e presença real onde são colocados como mitos. Avelin Bunicá apresentou dados alarmantes sobre a realidade dos índios. Um exemplo disso foi a terrível porcentagem de que 38% dos indígenas nas cidades moram em periferias. Avelin abordou também como a pandemia tem afetado a população indígena urbana, que tem sua renda através do artesanato. “O Brasil inteiro é terra indígena. Vamos corrigir a rota da nossa identidade e refazer um país pós-pandemia com valores de vida, preservação e solidariedade”, disse a ativista indígena.

A respeito da ação, Paloma Bernardi também se manifestou, se dizendo grata por poder participar e, de alguma forma, contribuir com essa luta tão importante:

“Foi uma experiência muito enriquecedora acompanhar a troca dela com os meus seguidores. É importante nesse momento ajudarmos a abrir ainda mais espaço a mulheres guerreiras como ela e nos conectar. Os indígenas são os verdadeiros guardiões do nosso meio ambiente, da nossa Mãe Terra e da nossa principal casa: a natureza. Temos que ajudar na luta, pois eles fazem parte de todos nós” conta a atriz.

 

Sobre o movimento Pontes de Cultura

Uma Ponte entre artistas, escritores, pensadores, indígenas e não indígenas, para fortalecer iniciativas de prevenção e combate contra o COVID-19 para os Indígenas. Um coletivo de indígenas e não indígenas, que busca apoiar as campanhas de prevenção e combate ao coronavírus, que surgiu em abril de 2020, no contexto da atual pandemia. Atualmente os povos que constroem o Pontes de Cultura são: Kokama (AM), Tikuna (AM), Baniwa (AM), Mura (RO), Yanomami (RR), Gavião (PA), Munduruku (PA), Apinajé (TO), Krahô (TO), Fulni-Ô (PE), Xakriabá (MG), Indígenas em contexto urbano de Belo Horizonte (MG), Pataxó (BA), Tupinambá (BA), Pankararu (SP), Indígenas em contexto urbano de Porto Alegre (RS), Guarani Kaiowá (MS), Xavante (MT) e Mayruna (AM). Para efetivar esse apoio e fortalecimento, foram lançadas algumas estratégias, como lives, um festival de música, contatos com instituições, que possam divulgar, potencializar e financiar as campanhas correntes.

Construir essas pontes é também reafirmar que não há uma forma de ser indígena. Que não há apenas uma realidade, um único jeito de andar, de cantar, de estar, como tenta fazer crer o processo de colonização e desenvolvimento. Que a forma como o Governo responde ao coronavírus e a tanto mais é uma opção política de um projeto de mundo – para além do Brasil – que mata a vida em suas diversas formas e que faz isso também pelo processo de homogeneização e individualização dessas vidas. E por isso acreditamos que outros mundos possíveis só podem ser imaginados e realizados através das diversidades, que não são negociáveis e nem estão a venda. Porque a Terra não se vende, e a Terra ainda é aqui.